First day

•agosto 8, 2009 • 1 Comentário

Primeiro dia, acordara alheamente a brincadeira de casinha que se seguiria no decorrer de seu dia. Poderia ser mais só um fim de semana detras da lagoa gigante, entre o concreto, no centro daquela cidade que não era a sua mas poderia ser.

Sempre havia compreendido os apelos de centro de cidade, afinal, fora criada em um deles. Barracas e mais barracas de coisas que não se precisam, gritaria, multidão, pessoas, pessoas, pessoas. Seu objeto de estudo e de vida, ficar olhando as pessoas passarem.

Mais ou menos oito horas, em um rodopio pelas redondezas, resolvera explorar os arredores a caminho da tarefa que teria pela frente Tudo lhe parecia meio cinza e morno. Talvez fosse a hora, ainda cedo de manhã. Talvez não estivesse tão acostumada a morar naquela parte da cidade onde se destacam hotéis baratos, batões vermelhos e saias esvoaçantes.

Mas não desistiria. Em mãos com um mapa e a lista de compras, determinada a não deixar o gato passar pelas grades da varanda, sairia. Era seu primeiro dia, sozinha, on your own. Tudo totalmente entregue a si, mais responsabilidade do que jamais tivera ou teria.

A mulher chegou, no fim do dia, quando ela acabara de acordar do sono, a siesta depois do almoço congelado.

Diria: Olá amor, como foi seu dia hoje?

Hotel rooms

•agosto 4, 2009 • Deixe um comentário

Bitch single

Double bed

Couple couple

Alone couple

Single couple

Adjacent rooms

Adjacent lives

Lonely lives

Single Married

 In love

Outta love

I

 You

We

They

Fishnets

•julho 25, 2009 • Deixe um comentário

No, I´m not yours. Never was and never will be. I´m not even my own.

I´m dirty brown. I think of me being this one, reflected in a you, someone that´s not a me yet. And will never be. I´m the type of person to be afraid of. Once I´m there, I never leave.I live in thoughs, I re-live in dreams. Mag-fucking -netic.

But it´s ok, I´ll never tell that I told you (and it´s true) I am the best you ever had.

 

 

Intra- venoso

•julho 22, 2009 • Deixe um comentário

Sabia que era só uma questão de.E que qualquer convicção ou certeza seria anulada a partir de. Setava no chão para manter a voz firme, falava baixo para certificar estabilidade. Sem obtê-la, balançava em forma pendular ora batendo na mesa ora no espaço vazio caindo no chão sem nenhum ruído.

A vida, constrangida e devagar, ao som de sua própria voz parecia-se mais com uma vida do que realmente era. Em vida, a contagem era pelo diminuto, pelo que se fora, já passou, pelo tempo que resta. Mais morte que vida falando com sua imaginária morte derradeira, personificada por aquela outra voz.

A certas horas, na falta de água e de ar, engole-se em seco antes de.Até que. Pronto, escorreu. Deixa passar.

É mais que possível uma conversa inteira à menção da única palavra que faz a conversa ser possível. O lugar onde descansam dias de outrora, sensações que de tanto sentir, físicas se tornam, peitorais. O lugar onde minha vida parou.

Ombro. Cheiro. Tamanho. Voz. Calma.

Ausência. Ansiedade. Dor. Tempestade.S.

Dura mais do que as horas de dormir. Entra pelos. Mora no – tem-po.

(P.S. Lacunas deixadas intecionalmente. Preencham à maneira que mais lhes convenha.)

Waltzing through it

•julho 21, 2009 • Deixe um comentário

I don´t really get the meaning of the words “move on”. If life is supposed to be that cycle when you often goes through the same places, people, situations again and again to feel like you´re really going somewhere, then why should we move on something (or more important somebody?)

Should we really believe on the cycle or someday we´ll figure out that we´ve been walking in another geometrical shape and didn´t even notice? And will it be right then when we´re going to realize that we knew the love of our life and didn´t know how to keep it and thing on the many many thing that we lost on our way and that we´ll never be able to get them.  If is out of our sights it means that it has never been ours?

So what is?

What to do when future seems so… blank and… empty?

Mia e eu.

•julho 4, 2009 • Deixe um comentário

eu e miaAchava, conforme a fila para o autográfo, que metade daquelas pessoas dentro daquele teatro não mereciam estar ali. Ter um escritor liríco, desses, como ele mesmo se descreve, um poeta que escreve prosa e um bando de gente fazendo perguntas sem o sentido e nem remotamente ligada à literatura. Parou para pensar se em Moçambique. Achava que ele deveria se dirigir a pessoas como ela, que não haviam perdido a inquietação de vida, que não tinha medo de ser, nem de usar as máscaras. Pessoas como ela e ele, pensava se ele não a reconheceria pelo olhar.

Cada vez que chegava mais perto, um milhão de pensamentos passavam à sua cabeça. O quanto seu trabalho ficaria enriquecido, o quanto lhe parecia bobo não passar por nada mais que uma tiete adolescente, quantas coisas lhe queria dizer e sabia que não teria coragem.

Um milhão de anotações. Um milhão de aspas, mar, rio, palavras palavras palavras.

Saiu em êxtase literário, com muito mais do que imaginara, do que sonhara.

Obrigada, Mia Couto.

Nem alegre nem triste

•junho 29, 2009 • Deixe um comentário

Quando eu era mais nova, cons uns 16 ou talvez 17 anos, eu descobri Zeca Baleiro. Me lembro até de, na época do Pré Vestibular, ter matado uma aula para ir a um Pocket Show dele na Modern Sound. Lembro de perder um show dele que eu ia com a minha irmã por causa de drama de namoro.

Na época em que eu descobri, uma amiga minha na época tinha um cd dele que eu amava e vivia pedindo emprestado e nunca achava. Se chamava Líricas e mesmo antes de ouvi-lo, eu já tinha ficado fascinada, pensando, no que eu podia esperar de um cd que se chamava “Líricas”.Um dia, cheguei inclusive a rodar por todas as lojas de cds do centro da cidade tentando achá-lo. Não achei. Por acaso, ontem, nas Lojas Americanas do shopping aqui do lado, estava lá ele, dando sopa, como aquele monte de cds e dvds que você que queria há muito tempo e aparece, do nada.

Ontem, lembrei o por que:

Não quero ser triste
Como o poeta que envelhece
Lendo Maiakóvski
Na loja de conveniência
Não quero ser alegre
Como o cão que sai a passear
Com o seu dono alegre
Sob o sol de domingo…”

[ Minha casa – Zeca Baleiro]

Revendo os últimos acontecimentos da minha vida, há algo mais que se encaixe melhor do que isto?

Retrato impermanente

•junho 28, 2009 • Deixe um comentário

Satisfy myself
Avoid beginners
Who long to shut my mouth
Till I take one of them home
‘Cause I know how it feels
Filling in the blanks
Looking on the bright side
When there is no bright side
Coming in your pants
For the off chance
With a poster of a girl “

[ Poster of a girl – Metric ]

Eu sou, uma daquelas que pessoas que, desde o colégio está e continua estando envolvida em tramas e fofocas e num disse-que-me disse eterno, onde algumas vidas ( a minha, inclusive) parece ser de alguma maneira tão interessante que muita gente sabe o que estou fazendo, com quem e onde muito antes de eu abrir a minha boca.Eu sou uma daquelas pessoas que as vezes, até tenta passar despercebida, mas dificilmente ignoráveis, incluse por quem tenta(tão fracamente), mas tenta. Eu não controlo isso, o que eu escrevo não controla isso, o que eu minto ou omito não controla isso. Então, eu aprendi a viver com isso. A simplesmente ignorar quem ter que ser ignorado, jogar quando o desafio é feito (ou mesmo antes se necessário) e sorrir, sempre. Sorrir, com um drink na mão e um levantar de sobrancelhas.

Resumindo: uma parte do mundo em que eu vivo é um mundo de seriado americano adolescente. E não é que eu seja orgulhosa disso. Eu simplesmente não ligo.

Eu disse apenas, uma parte. Mas é fácil saber por que. Assim como talvez haja alguma explicação para o fato de existirem algumas outras tantas pessoas fascinadas por outras coisas que eu faça, venha a fazer ou seja ou que elas imaginem que eu faça ou seja. Eu sei fazer as coisas.

Ao que me proponho, faço bem e muito bem (e digo tudo mesmo). Mesmo quando não tento tanto quanto deveria. Mesmo quando tudo termina uma merda. A minha vida não é menos que cíclica e de uma forma ou de outra, mesmo que ainda que restrito ao passado, eu sempre consigo o que eu quero. As vezes, quase que independente de mim.

Eu não vim aqui pra me gabar. Vim dizer que tenho tudo e tenho nada. A balança sou eu e eu e minha psiquê brigamos sempre para que lado penderemos, eu, meus mundos, minha gente.

Apesar de seis tatuagens, piercing no septo, roupas predominantemente pretas, postura não encorajativa, eu não posso evitar toda uma estrutura de corpo e rosto que me faz parecer frágil.E quem me conhece, sabe que a fragilidade é uma faceta pequena, existente mas bem pequena. Mas a verdade é: eu não tenho vergonha. Senão, eu não estaria aqui agora. Sou tímida sim. Mas eu não tenho vergonha de ser má, de chamar atenção quando obviamente eu quero chamar atenção, de ser fotogênica além do normal, de originar nos outros uma certa imagem mitológica de mim, sem esforço. Assim como não tenho vergonha de não abandonar quem precise de mim, custe o que custar, de falar abertamente sobre o que me incomoda, deme dedicar à minha vida acadêmica por vezes mais do que à mim mesma, de dar meu sangue pelos meus amigos de verdade, de me jogar nos meus relacionamentos como se foram precipícios, de viver, viver, viver, nesse mundo cinza-intenso-multicolorido-depresssivo-ansioso-caótico-caótico-caótico. Eu não tenho vergonha de ser eu, Mayra Lopes Tavares do Couto, nem do que eu penso, do que eu sinto, ou do que não me deixa dormir, esta noite, por exemplo.

Lembrem-se… “Damaged people are dangerous. They know they can survive.”

Mas como diz o über mich, isso, ainda não sou eu.

lembranças e correria

•junho 25, 2009 • Deixe um comentário

ilustração: Pin Head girl por Tim Burton

“You’re talking way too much
I can’t even hear me now
All your noise is messin’ with my head
You’re in my head
Get outta of my head”

Neste caso, já perdi noção de dias (ou serão meses, ou mês) que não me chega uma palavra, um nada. Tudo que eu tenho é um muito ocupado sem barulho depois disso e, ainda assim, eu não poderia ouvir (ou será ver) mais e mais cada vez a mesma coisa (ou será pessoa?). Repetindo a mim mesma ao contrário. Vejo sendo feitas comigo, todas as coisas que eu um dia fiz e que morria pra que, um dia, tivesse quem o fizesse comigo.

Claro, não sendo descomplicado como nada nessa vida (ou será na minha) o é, tem ataques alheios e namoros de hospício pedindo volta.

Eu não sei se permaneço, eu não sei se vai ser a mesma coisa, se um dia precisarei de espaço, me darei conta de que cresci de menos e que não estou preparada para muitas coisas. Não adianta pedir calma. Corre-se sempre mais ainda em qualquer pronúncia da palavra calma.

Não tem retorno além do sono, então, que pega.

•junho 22, 2009 • Deixe um comentário

Pode -se dizer que sim, seria uma preguiça. Não fosse uma preguiça enorme de viver, de nunca estar fora da cama, de abrir os olhos em qualquer hora que seja do dia.

Não sabendo o que acontece, nada do que antes ou ainda me hoje me dá prazer me faz levantar da letargia, não entendida, sempre tomada por mentira. E as ameaças e as confusões vindo à mim, mesmo quando ainda estou deitada.

Então eu durmo, eu durmo, eu durmo…

Domingando

•junho 15, 2009 • Deixe um comentário

DSC00722

Saudade imensa desses domingos, em que a luz do dia aparece, mas não se vê. Nem a temperatura do lado de fora. Saudade desse domingo, num dorme e acorda eterno, café na cama e a preguiça e a vontade de nunca mais sair do lugar.

Saudade desses domingos de edredons espalhados, lençol fora do lugar e gato pulando na cama. Para mim, a vida é sim um dia desses de domingo.

Outras escritas.

•junho 13, 2009 • Deixe um comentário

Fica a dica porque eu acho que merece e MUITO. Uma carta que, quisera eu ter a coragem de escrever, quisera eu saber expressar desta maneira escrita a raiva, o ódio, o desprezo por alguém que… quer fingir que a vida é não só “um comercial de margarina”, mas uma Bunker de 2005. Uma adolescência sem fim e um jogar com a vida das pessoas divertidíssimo e eterno. Não que eu queira me fazer de vítima de nada, mas…Mais uma vez: somos todos adultos. ADULTOS. Ou pelo menos, alguns de nós estamos fazendo certo esforço pra tentar ser.

P.s. devo voltar ao Briefroman logo logo, por falar em cartas.

Palavrório

•junho 13, 2009 • Deixe um comentário

Palavra – vem do grego parabolé, através do latim paraböla, ae, que significava originalmente “comparação”.

Na verdade, retirado de um blog, que, por acaso continha a etimologia da palavra “palavra”, pude perceber que seu sentido, tinha mais a ver com parábola do que qualquer outra coisa que eu pensasse. Uma parábola todos sabemos o que é, uma história contada para servir de comparação a uma história real.

Confesso realmente não ser isso que esperava e que, haverá uma investigação mais profunda sobre o tema, deveras fugidio para significar somente comparação, comunicação, significação.

Esses dias, algumas palavras me colocaram num sentido de quase depressão novamente não exatamente por estarem sendo ditas, mas o tom, o tom íntimo, deveras áspero e agressivo de alguém que, apesar de guardar certa intimidade comigo, acha que tem mais intimidade do que realmente tem (erro aliás, muito comum entre pessoas que recém começam a conviver comigo.)

De qualquer forma, quando reclamei, por telefone, por se tratar de uma pessoa que, confrontar ao vivo ainda me dá um pouco de medo e de ouvir palavras outras, eu me confundo. Porque é isso o que é das palavras, a gente nunca sabe a profundidade, algo sempre, sempre escapa e dessa vez, os olhos fizeram falta.

Eu não sei a intensidade de um gostar. Eu não sei o que ou qual tipo de relação de amizade é essa que se estar por construir e que se espera (palavras não minhas) que não tenha sido estragada por nenhuma das partes.

Faço então o que detesto, na neurotiquice típica, dos primeiros minutos em “o que significa? o que significa?” incessante dentro da minha cabeça. Mas depois eu lembro que tenho o tempo para me contar.

11- 12

•junho 12, 2009 • Deixe um comentário

É uma ironia, quase muito grande que isso sejam quase, quase quatro anos.

É uma ironia que hoje seja o dia que é hoje.

Além de tudo, é fofo, meio inacreditável, confuso como não poderia deixar de ser, e ter levado tanto tempo numa manhã com uma falta de comunicação incrível.

O que eu espero e esperava? Palavras, eu sempre espero palavras. E certezas, seguranças. Veio tudo de uma vez. Eu? Eu estou sendo puxadinha, delicadamente.

23

•junho 9, 2009 • Deixe um comentário

Cortei com várias coisas. Acho que cada vez mais abandonando as coisas bonitinhas fofinhas de criança e bichinhos e Hello Kitty na capa. Agora são caixas de cigarro, referências de cinema, uma escrita sem palheta de cores, caderno estampado na capa com flores de veludo. O essencial – não tão essencial assim- mas mais uma parte de uma mudança lenta e certa.

Não que não surjam o tempo inteiro momentos adolescentes, compras de impulso, fazer, fazer, fazer e o pensar, pra quê? Mas a diferença é quando se pensa, como se pensa.

If ” they only want you when you´re seventeen”, well, too bad. I´m 23.