Amor fati II

Desejo aprender cada vez mais a ver o belo na necessidade das coisas: é assim que serei sempre daqueles que tornam as coisas belas. Amor fati (amor ao destino):seja assim, de agora em diante, o meu amor. Não pretendo fazer a guerra ao que é feio . Não pretendo acusar, nem mesmo os acusadores. Desviarei o meu olhar, será essa, de agora em diante, a minha única negação! E, em uma palavra, portanto: não quero, a partir de hoje, ser outra coisa senão uma pessoa que diz Sim!”

NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. Tradução Jean Melville. São Paulo- Martin Claret Ltda, 2007.

Esperava(m?). Parecia mais resignação de aceitar uma condição imposta assim, sem mais nem menos, sem sinal de verdade ou mentira. Deveria ser mentira, mas que prova? E se não fosse, poderia bem não ser. O que, só porque era estranho demais? Aliás, não fora justamente por isso que… É, esquece.
É porque se espantava e se esperançava com aquele vaivém de… saudade?Não, palavra íntima demais para sensações tão pouco íntimas. Pensando bem, nem mesmo se lembrava do corpo dele. Parece até que o vira fora quase de relance. Por que mesmo?
E sabia que o argumento da estranheza não podia nunca usar.Inclusive, arrependera-se de ter usado esta palavra, agora nunca mais, sua boba. Volta-se ao silêncio inicial (ou não?). Melhor parar de pensar nas positividades. Conforme-se e diga sim ao único destino que talvez possam ter.Talvez seja só isso mesmo e, na melhor das hipóteses…
Bem, continue. A gente vê e se segura e vai prendendo tudo o quanto pode, por quanto tempo der. Muito, tomara.Ainda que pareça que, toda vez que nos vejamos eu vá explodir
de lástima.

p.s. para os leitores com o pensamento “a não ser que você seja um Saramago”, possíveis desvios de norma e neologismos são propositais.
p.s. 2 este blog não segue a nova regra ortográfica, adia o quanto pode, é adepto do passadismo gramatical.

~ por M. em abril 18, 2009.

Uma resposta to “Amor fati II”

  1. “Melhor parar de pensar nas positividades.”

    “Ainda que pareça que, toda vez que nos vejamos eu vá explodir
    de lástima.”

    Parece meio resignado, esse texto. E essas duas frases maravilhosas. Tão bonitas, tão coerentes, e tão doloridas – ao menos quando eu li.

Deixe um comentário