When both can

Parafraseando about me de Luiza M. :

Bordeliner.

Addicted to dysfunctional relationships.

Lembrando de uma conversa que eu tive com a mesma um dia:

Não há qualquer pessoa de até 30 anos, pelo menos que viva em um (alguns) relacionamento(s) totalmente desequilibrados. A gente não sabe mais o que é isso, esses casais que fazem 50, 70 anos de casados. A gente nunca vai viver isso.
(Wise words, my friend)
Eu constantemente me pego pensando em relacionamentos inexistentes que a gente acha que continuam, em ponto morto porque não tiveram um closure real.
É como a história do post it em Sex in the city. Talvez, talvez “sorry I can´t” não signifique somente : “desculpe, eu não posso mesmo“. Talvez signifique somente “desculpe, eu não posso agora.”
Finais feliz de contos de fadas nos viciaram em milagres e relacionamentos em que todas as barreiras são transpostas uma a uma, mesmo sendo ela um dragão. Nossos avós também com a sua máxima de que “o tempo cuida tudo”, “amor é só um” e “casamento é para sempre”.
Daí começam a entrar os valores próprios, tirados de observações, de experiências vividas e/ou lembradas e de lavagem cerebral como aquela do Admirável mundo novo.
Eu, por exemplo, acho que relacionamentos são construções. Não quero dizer, arquitetonicamente, pensados e planejados. Não. Digo, existem fases, existem pessoas diferentes que precisam encontrar um meio termo entre si para poderem existirem em conjunto para a criação de um terceiro ser comum. Existem áreas que precisam relacionar-se umas com as outras.
Dificilmente uma só pessoa vai te dar tesão, te estimular e te interessar intelectualmente e ter a cumplicidade, respostas e modo de agir que você espera. Pode ser que aconteça tudo de uma vez só, o que é uma coisa muito boa. Mas pode ser que mesmo que uma área vá bem e a outra seja péssima, isso não quer dizer, necessariamente que essa que é péssima (talvez até nem exista) vá ser assim para o resto da vida. Pode ser que sim. Pode ser que não ( e pode ser que não mesmo!)
Existe tempo, existe adaptar-se aos gostos, existem um milhão de mudanças ocasionadas por sentimentos, que, num primeiro momento, tendem a ser as melhores possíveis.
Mas ninguém tem mais tempo pra isso. Há de ser tudo ao mesmo tempo e agora.
Então, de vez em quando, eu fico me torturando por todo o tempo que nunca me foi dado, imaginando tudo o que eu faria diferente, fico guardando palavras que soariam relacionamento demais. fico adormecendo carinhos e gostares, dizeres e desejos.
Então eu continuo aqui pensando nesses relacionamentos disfuncionais, nesses leva e trás que parecem que ficam indo e vindo na espera de que algo grande aconteça, que tudo comece a se relacionar.

~ por M. em agosto 19, 2007.

4 Respostas to “When both can”

  1. (Essa foto é linda.)

    “existem fases, existem pessoas diferentes que precisam encontrar um meio termo entre si para poderem existirem em conjunto para a criação de um terceiro ser comum”

    Concordo até a parte das pessoas precisarem encontrar um meio termo entre si, o que às vezes pode ser extremamente difícil e retardar acertos e ajustes. Só não concordo com a idéia de criação de um terceiro ser comum, pela forma que entendi a sua colocação. Acho que não existe terceiro ser. Acho que pára em dois seres e ponto final, mesmo quando o relacionamento acontece.

    Essa espera por algo grande que aconteça pode ser o entrave. As lembranças adormecidas também… a gente tem o costume de ficar olhando para trás pensando no que poderia ter feito, no que poderia ter sido, no que poderia ter evitado, no que poderia ter vivido… quando esquecemos que existe um futuro inteiro pela frente, um presente também, onde a gente pode procurar viver intensamente novas situações que nos aparecem e tentar se sentir bem. Utópico e infantil? Pode ser. Mas dói menos e, no fundo, é animador.

    Seu texto é difícil de comentar.

    Um beijo.

  2. é, concordo q seja dificil pq é um assunto dificil. mas fica dificil “move on” quando não houve o final de algo propriamente dito. parece q fica essa coisa hanging e não dá pra se mexer enquanto não houver uma possição, q nem sempre depende de você.
    eu tbm não concordo com isso do terceiro ser. mas o meio termo q elas encontram já é a criação de algo novo…

  3. ai cansei de pessoas…

  4. Uhm, você me inspirou a fazer um post sobre isso. Não sobre isso exatamente, mas sobre a eterna menina addicted to dysfunctional relationships – eu! 😉

    Concordo que muitas vezes esse imediatismo tão comum da nossa geração acaba descartando coisas que poderiam se tranformar em algo muito bom. Mas aí é aquela coisa de “E se isso” e “Se aquilo outro”; pensar nisso é pedir para enlouquecer e viver sempre com essa sensação de falta de closure. Algo que me é muito familiar, infelizmente.

    :***

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