Unknowing

Andava. Andava com segurança naquela rua que fora um dia tão sua. Uma avenida cinza e não muito larga no centro da cidade. Ruas que cheiravam à infância. Ia com um papel onde, escrito se enconrtavam o nome do lugar ao qual devia se dirigir, o endereço e um telefone embaixo.
No meio do, uma igreja ortodoxa em que nunca tinha reparado. Dez Anos e nunca sequer havia olhado para aquele lado da rua. Pequena e vistosa como uma igreja deve ser ela se insinuava no meio de prédios. Era uma das poucas igrejas térreas que havia visto, não tinham degrais para se chegar a Deus. Não resistiu e olhou para o seu interior: o portão aberto, a porta escancarada e aquele barulho de culto que ela ouvia de longe e costumava repugná-la como poucas coisas na vida.
Foi então que viu, era A hora. Uma fila indiana no meio da igreja. Era a hora da Hóstia Sagrada. o corpo e o sangue de Cristo. Parou na porta da igreja, sentindo uma força que a impelia a entrar. Se fosse naquele momento, ainda podia ser a última na fila:
os últimos serão os primeiros.
Queria, queria muito uma segurança de vida. Era uma escolha fácil, no momento em que pusesse o pé naquela igreja, sua vida mudaria e ela passaria a crer. Ou assim,era o esperado. Se resignaria com um encolher de ombros e diria: foi Deus quem quis assim.
Não, não podia profanar a si mesma daquela maneira. E tomar para si, como parte integrante de seu corpo aquele corpo sagrado e beber um sague que não o seu. Era imunda, era ela toda uma imunda. Passou reto.
Graças a Deus continuaria sendo só mais uma expressão.

~ por M. em junho 25, 2007.