“Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo – li – ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta.
Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita.”

Eu nem gosto tanto desse livro. Mas o começo dele, é um dos começos de livro que mais me marcaram e que, por algum motivo que desconheço, lembro palavra por palavra, exatamente.
E se fosse meu nome, como seria? Mayra.
Inicia-se num ruído surdo com a boca ainda fechada e que logo se abre inteiro, para fora, volta para trás e acaba, a terceira sílaba, com um jogar de respiração, expira-se: ra.A sílaba mais forte denunciando um adjetivo: .

~ por M. em junho 19, 2007.

Uma resposta to “”

  1. eu gostei desse livro.
    eu acho que foi lá que eu li algo parecido com “trampolim pro nirvana”. passei anos tentando achar a referência mas nunca achei.
    enfim.
    meu primeiro autor russo, embora o livro tenha sido escrito em inglês;

    e /m/ é sonoro.

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