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Eu nunca fui uma pessoa exatamente paciente. Eu sempre detestei esperar. Quando eu era pequena, se eu ficava muito tempo num ponto de ônibus, esperando um, eu começava a chorar, chorar mesmo. Não sei dizer se de raiva ou frustração, ou, quem sabe, os dois. Chorava mesmo, daquele meu jeito compulsivo que eu costumo fazer, não parava nem com as ameaças de levar umas palmadas da minha mãe. Algo me dizia que eu não sou o tipo de pessoa que nasceu para esperar. Ainda hoje, eu tenho vontade de fazer isso, mas aprendi a me controlar; embora a mesma raiva e frustração permaneça visível em minhas feições.
Há coisas que se vale a pena esperar, todo o tempo do mundo, se for preciso. Coisas impossíveis, coisas pelas quais ninguém espera são as únicas que eu realmente faço questão, e faço mesmo e tanto ao ponto de ficar paralisada, de medo.
E daí?
Só nunca pensei que eu fosse do tipo de pessoa que é esperada por outras, por outro lado. Quase um ano, quase um ano e mesmo assim eu ainda não sei de nada. Mas há que se dar algum mérito.

~ por M. em abril 16, 2007.

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