When we grown up

Fazendo um paralelo com o post que eu li hoje no blog da Lu. Eu lembrei de uma coisa quando eu li isso.
Quando eu era mais nova, no meu primeiro namoro, eu, além de escrever no meu diário e blogs, porque na época eu tinha mais de um, eu escrevia num caderno. Num caderno desses de uma matéria mesmo, com 96 folhas. Eu acabei emendando um namoro em outro e ao todo, no final dos dois namoros, eu tinha enchido três cadernos. Eu escrevia mais neles do que em qualquer outro lugar, coisas que, eu nunca disse à ninguém, como por exemplo, que eu aceitei que esse primeiro namoro acontecesse sem estar apaixonada, sem nem sentir atração pelo meu namorado. Coisa que se inverteu, naturalmente.
Eu lembro que eu guardei – até hoje, diga-se de passagem – todas as coisas que tinham alguma relação com o Luís. Eu tenho UMA foto com ele e está com ele, não comigo. Mas tenho desenhos que ele me fez, vários pápeis de todos os chocolates que ele me deu, o ingresso do show dos Los Hermanos, a vela que ele me fez, o bichinho de pelúcia que ele me deu. Eu decorei as palavras num cartão que ele me deu um dia antes de terminar comigo. Mas ao invés de só olhar para essas coisas, eu ocasionalmente, abro meus cadernos cheios de gritos. Cheiosde todos os problemas que tivemos, do que eu senti quando fui traída, de como tudo terminou. Enfim, tudo mesmo. O bom e o ruim, the sweet and the sour.
Faz bem. Faz bem ter saudade do que costumava ser bom, mas também faz bem lembrar do porque tudo é como está.
Uma das melhores coisas, é, depois que o tempo passa, você se encontrar com essa pessoa, como amigos mesmo, só isso e nada mais, num ambiente que era muito de vocês e que as lembranças surjam e enurrada. De repente, você pára até de escutar o que aquela pessoa está dizendo. É quase que uma experiência epifânica. Quando você se depara com a memória e pensa: eu cresci para além.

~ por M. em março 29, 2007.