Sinto que já fiz tudo que podia, todas aquelas coisas que não queria mesmo fazer mas que achava que me levariam à algum lugar. Na verdade, eu sempre soube que elas não me levariam a lugar nenhum, mas eu não reclamo. è o jeito que eu escolho lidar com as minhas coisas. Injeções de ego para pessoa de baixa auto estima são sempre bem vindas (mesmo havendo a ironia das ironias de eu parecer um dos seres mais egocentricos do planeta).
Eu tenho um jeito todo particular e infantil de lidar com as minhas coisas, preciso de longos períodos de tempo, sozinha, curtindo a minha fossa, me debulhando em lágrimas na frente de qualquer palavra, de qualquer coisa.Eu não sei o que fazer quando fico com raiva, e as vezes acho que a melhor maneira de fazer com que ela passe é dar vazão a ela e fazer as coisas da forma mais agressiva que eu consigo.
Estou melhor, diferente.
Não creio eu que por causa das “jogações” , por alguns novos amigos que eu tenha feito, qualquer nova injeção no ego ou coisas do gênero. Não, foi talvez pelas músicas que ouço e que passam e que ficam, pelas pessoas que vejo, sei quem são e quero ir falar, pelos livros que leio, pelo que penso em escrever, pelas minhas pequenas projeções futuras. Talvez seja pelo sol cor de laranja que vejo quase todo dia, de dentro do ônibus enquanto passo por cima daquele viaduto.
Aquela cor de laranja sempre me dá a paz interior que eu não tenho e me emociona mais do que qualquer coisa ou pessoa, ultimamente. Um dia eu tiro foto, de algum jeito. Com certeza, a imagem vale mais que mil palavras.
Fico tentando encontrar as mudanças que os outros vêem em mim. A meu ver, elas são todas ruins. Só agora, hoje consegui eu mesma, enxergar tais mudanças. E elas não são de todo ruins.
Foram todas necessárias.
Sinto a falta.
Il nous reste tout une vie…

~ por M. em outubro 29, 2006.

Deixe um comentário