Diga, diga diga (não disse nada)

“Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender –
Tudo metade
De sentir e de ver…
Não digas nada
Deixa esquecer

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada…
Mas ali fui feliz
Não digas nada. “
Fernando Pessoa

Eu as vezes surto (surtava) e resolvia falar (escrever). Dizia o que eu tinha sentido (sentia, sinto) ainda, me declarava (declarei). Não adiantou nada. Acho que só ouvi “obrigada”.
Não tem sentido. Não penso nada.
Aliás penso sim e choro, chorei. E me decepciono (decepcionei).
Acho que não volta a ser igual, nem em nível de amizade, nunca mais.

~ por M. em julho 14, 2006.

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