A Rosa do povo

Nesse fds descobri um livro de Drummond aqui em casa (sim, eu ainda descubro livros por aqui), A rosa do povo, é o nome dele, li-o quase inteiro, no sábado mesmo. Muitos poemas com frases do “Utopia”. Chorei, bastante…era o momento, era eu aqui sozinha, eram as palavras, era Drummond, né…Fica sempre aquela vulnerabilidade exacerbada quando vc lê a tradução de seu interior tão belamente escrito.

“Pois hora mais triste

ainda se afigura;

ei-la, a hora pequena

que desprevenido

te colhe sozinho

na rua ou no catre

em qualquer república;

já não te revoltas

e nem te lamentas,

tampouco procuras

solução benigna

de cristo ou arsênico,

sem nenhum apoio

no chão ou no espaço,

roídos os livros,

cortadas as pontes,

furados os olhos,

a língua enrolada,

os dedos sem tato,

a mente sem ordem,

sem qualquer motivo,

de qualquer ação,

tu vives: cadáver,

malogro, tu vives,

rotina, tu vives

tu vives, mas triste,

duma tal tristeza

tão sem água ou carme,

tão ausente, vago,

qu pegar quisera

na mão e dizer-te:

Amigo, não sabes

que existe amanhã?” [ trecho de Uma hora e mais outra ]

Falta exatamente 1 semana para os meus 19 anos, quem esquecer, vou ficar muito puta. Meus planos pra o dia? Por enquanto ir ao colégio saber se passei de ano, ir à Dayse a tarde, pegar meu presente com meu pai e dpois não sei, vai cair numa terça, tenho a sensação de q como é um dia imprestável, em que nada d interessante está aberto, vai acabar em Cobal. Qualquer coisa eu aviso, que seja, sexta, sabado e domingo serão igualmente comemorações do dia 14. Fazendo todas as merdas com as melhores pessoas. Eu queria era que alguém me ligasse à 24:01 p/ me parabenizar.

Não ando nem um pouco empolgada pra esse dia, tal qual ano passado. Meus aniversários (ou a comemoração deles) costumavam ser os melhores dias do ano.

~ por M. em dezembro 7, 2004.

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