Clarice Lispector, as Bachianas, o poema do Seringueiro e eu.

Jogral com as movimentações terminado. Primeiro ensaio sem papel, feito! E pessoas sentindo o texto… e o Rodrigo tocando as Bachianas na flauta durante todo o poema do seringueiro, e as lágrimas caindo, caindo, caindo incontroláveis… Está difícil até de dizer a minha fala nesse poema.

“Que miséria!Eu não escuto

A nota do uirapuru!… [fala q antecede a minha]

Tendo epifanias ao ler citações de Clarice Lispector (pq eu serei uma Clarice Lispector “qndo crescer”) e chorando mais um pouco, se emocionando ao ler palavras que traduzam tão bem o meu motivo de escrever.

Época estranha, não sei o que está me fazendo tão emotiva, talvez seja a falta de felicidade, talvez seja a falta de tristeza, ou a falta do amor. Talvez seja a falta de alguens, de alguens que estão tão perto de mim, mas que nunca estiverão tão longe. E há tanto que eu queria falar com essas pessoas, tanto que eu queria compartilhar e tantos abraços perdidos, tantos: eu gosto muito de você engolidos….

Ontem, eu dormi com um bichinho que não é o meu golfinho. E isso pra mim foi estranho, eu também estou mudando e estou pensando em que e no que não devia. É só porque nem eu mesma sei o que estou fazendo, não sei se tenho sentido e nem em que direção devo seguir.

Apatia vai… e volta…Estou querendo e tentando afastá-la, mas ela gosta de mim e custa a me soltar. Sozinha, eu nunca consigo, e agora eu estou… sozinha, ou pelo menos, quase.

Não tenho mais a ilusão de que o País das Maravilhas, ou a Terra do Nunca, ou Oz sejam meus lugares de brincar de pique esconde com a árdua realidade. Eu estou me esforçando pra não voltar a viver nas fantasias e ilusões, pra ser feliz nesse mundo aqui. Há de ter um príncipe ou princesa que me faça ter reações além das físicas. Há de haver nesse mundo alguém capaz de me entender e aceitar e tocar minha alma.

Eu não quero mais pensar nos eles e elas que fizeram parte da minha vida nesse últimos meses.

Eles me sugaram e me desgastaram e agora eu preciso de uma união, de uma transfusão com uma alma que adicione algo a minha, e não que tire algo de mim.

Ô Consciência, eu morri? [ Dori em Procurando Nemo ]

~ por M. em setembro 25, 2004.

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