Almost Us

Eles combinaram de se encontrarem, na escada no lugar mais “explanado” do prédio. Nono andar do bloco que não é o dela. Fumaram, discutiram ciúmes e ambos concordavam em não achar ser prova d amor e nem um tempero na relação. Ele dizia que no caso dele, quando ele tinha, era uma questão de possessividade e no caso dela, só era sentido se o outro desse motivos claros. Riram e começaram a falar besteiras. Ele sentou ao seu lado e começou a fazer carinho, carinhos leves no braço dela. Ela não olhava pra ele nessa hora, nem sequer falava e nem ele.Silêncio. Então, do nada, sem precisar de um olhar sequer, viraram e se beijaram. Ela sentia que dessa vez a possibilidade de realmente sentir algo por ele que não fosse tão superficial quanto aquela coisa física enlouquecedora, crescia. Ela estava disposta a ser mais entregue, não sabia pq, mas estava. E ele estava diferente, mais doce, mais cuidadoso, até a procura (coisa que antes, ele não fazia).

E a coisa começa, atentos a todos os barulhos, aos passos, as portas batendo e as vozes e ainda aos seus próprios: respiração difícil, murmúrios sem sentido, ofegantes.

Ele era lindo, ela pensava. E naquelas horas eram as que ela mais gostava de comtemplá-lo, de olha-lo nos olhos bem fundo.

– O que que você quer? Essas palavras soavam como música aos ouvidos dela e o tom e o sentido em que eram ditas sempre faziam com que ela se arrepiasse.

Estranho uma menina fisicamente tão frágil e pequena gostar de certas coisas. Ele tinha que estar sempre segurando-a, por causa dos tremores que sempre a fazia sentir, suas pernas fraquejavam e ele estava ali, apoiando-a para a hora em que o mundo rodava e ela caía desfalecida num quase desmaio. Tudo assim, sempre!

Eles se despediam e ela sabia que não devia sentir saudades, pois eles se vêem pouco ainda. Mas não conseguia evitar de pensar nele, até porque flashes desses momentos cruzam a mente dela a todo instante. E a nostalgia é visivel nas marcas que ela carrega, até que ele volte e comece tudo outra vez.

~ por M. em setembro 22, 2004.

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