Poética

pedra lume
pedra lume
pedra
esta pedra agora no meio do
caminho
ele já não disse tudo,
então?
Ana Cristina César

Depois de tudo, de todos os Drummonds, Pessoas, Bandeiras, Camões, depois desses e mais tantos, o que fazer? Que letras exatamente deixar rolar por uma tela em branco? Que algo novo (que, paradoxalmente não será novo) criar? Como, por que, aonde? Todos os mistérios do mundo.
Qual é a nova maneira de perguntar as mesmas antigas perguntas? E quantos talentos não deixarão de ser expostos? Quantas vocações não serão mortas?
Eu nunca, nunca escrevi um verso, na minha vida inteira. Pra não dizer que nunca, escrevi um, um único verso, uma vez em que um homem entrou no ônibus com um violão debaixo do braço e pôs-se a cantar. Filho único de mãe solteira. Nunca soube explicar essa minha inabilidade, talvez seja porque a minha poética, seja extremamente fresca.
Depois de ler certas coisas, não é qualquer coisa que eu admito como poesia e meus rabiscos dentro de um ônibus certamente também não o serão.

~ por M. em abril 27, 2007.

Uma resposta to “Poética”

  1. Verdade… eu escrevo versos, mas não gosto deles. Pessoas gostam, mas eu nao.. Minha irmã musicou alguns, só assim eu gostei .. hehe

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