Nós sempre soubemos que seria assim. Sempre soubemos que, no instante em que minha avó morrer, minha mãe, simultaneamente, sairá de casa. Vai “viver a vida” dela, como ela e todas as pessoas parecem achar melhor.
É um empurrão cada vez maior para a vida adulta e de tudo o que eu adiei o quanto pude. Reclamei tanto, ao fazer vinte anos de que seria mais uma adolescente de vinte anos mas eu confesso, não faço esforço algum quando o assunto é tomar conta de mim mesma.
Abrir conta em banco, fazer comida, cuidar da casa e pagar contas, tudo com o que, de certa forma, eu, secretamente, sempre esperei não ter que me preocupar.
Ando alheia à coisas cotidianas sabendo que estas existem mas tratando-as como coisas menores, as quais sempre haverá alguém que cuide delas por mim.
Olhando por esse ponto de vista, uma casa desse tamanho me parece um exagero.

~ por M. em fevereiro 25, 2007.

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