Would you like me better?

Odeio admitir que, eu odeio, na maioria das vezes, dormir abraçada. Não tenho nada contra o abraço, sentir a respiração atrás de mim, estar com a espinha colada nalgum outro corpo, mas não consigo dormir, me sufoca, me falta o ar.
Eu odeio reconhecer algumas das excessões a isso, como ele, que nem cabia em minha cama, que era tão desproporcional ao lugar, ao quarto, à mim. Mas me passava, pelo tamanho, talvez, uma proteção de poucas coisas na vida.E se eu ameaçasse pular pra onde quer que fosse, sentia um braço me puxando, mesmo sem abrir os olhos, significava que não iria a lugar nenhum. Eu costumava acordar e sentar na ponta da cama com uma caneca de café e velar o sono por horas, atenta a tudo, tentando decorar os mínimos detalhes. Ele era a minha cama ao invés de me fazer de cama.
Eu odeio dormir abraçada entretanto, as vezes, eu mesma abraço. Não é tão difícil. E provavelmente estarei com muito sono pra me importar com qualquer coisa. Mas tenho q sentir o espaço, pra isso. Dormir abraçado comigo, é muito fácil, apesar de eu não gostar muito, eu já dormi abraçada com muita gente e digo, dormi, dormi.Todo mundo me abraça, deve ser o tamanho, a falta de um bicho de pelúcia menor,a minha disponibilidade encolhida no canto de fora da cama. Agora, eu sentir que posso fazer isso, vai passo largo.
Eu continuava acordando mais cedo, velando sono de alguém bem mais porporcional, procurando o mesmo encaixe de situação, esperando pra ver, se minha mãe, se soubesse, também nos traria café na cama.

~ por M. em fevereiro 13, 2007.