I’ll stab you ‘til tripping my wire

Não sei o que uma pessoa pode fazer com essa falta de privacidade.
Eu nunca me dei bem em cyber cafés. Não é no laboratório de informática da faculdade que eu me sentirei mais à vontade para ser uma pessoa…como dizer? Uma pessoa mais próxima de mim.
Tem uma menina sentada do meu lado. Ela digita rápido, mais rápido do que eu. Nem olhei pra cara dela e nem vou. Não me interessa.Eu prefiro achar que ela não tem um rosto, que ela não tem a menor curiosidade por mim, que ela tem suas próprias coisas a fazer, seus próprios problemas pra pensar, seus próprios posts para escrever.
São, exatamente 14:10 da tarde. Estou aqui, desde as onze e meia da manhã. À toa. Eu teria um entrevista, mas houve algum desencontro e a minha entrevista foi remarcada para as seis e meia da tarde. Vou perder o finalzinho da aula de alemão… Oh, well!
As pessoas aqui olham umas pras outras e se cumprimentam, eu, não conheço ninguém, não sei que faço nem o que escrevo.
A menina do meu lado acabou de se levantar. Sentou-se outra em seu lugar.
Quando vinha para cá, peguei o ônibus que fazia o caminho mais longo. Sentei-me, ouvindo o meu cd de ” best of” do Garbage que o Gabriel me deu. Não era eu e a paisagem não era o Rio de Janeiro. Era qualquer outra pessoa, sentada num ônibus em um lugar qualquer outro do mundo.
O nono andar de dia, é estranho, diferente do clima noturno de barbudos à los hermanos, aquele pessoal que anda carregado de historicismo e filosofia, que parecem interessantes só à primeira olhada. Ao invẽs disso, vejo pessoas com roupas de malha colorida, rostos vermelhos e sorridentes, aparentemente, sem motivo nenhum.
Esse dia está todo não meu, eu sou toda não eu, toda bem vestida e maquiada, com cabelos que serão cortados amanhã e esperando o que fazer num trabalho que eu nem tenho certeza se quero ter.
Desculpem pelo post do tipo ” hoje eu acordei, escovei os dentes e tomei café”, mas eu realmente não tenho NADA para fazer.

~ por M. em dezembro 11, 2006.

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