Às traças

Deito. Estou na cama, numa posição não favorável. Ela está cheia de lençóis e travesseiros, com minha bolsa, um livro e algumas apostilas jogadas, o que ocupava uma grande parte da cama. Eu mal podia deitar, estava toda encolhida, algumas partes do meu corpo chegavam a doer.
Lia Sartre antes de adormecer.
Meu sonho era quase como se fosse uma continuação da leitura, o cenário era a Paris de inicío de século. Mas…sabe-se lá porque, essa mesma Paris do livro de Sartre era quase igual a Rússia que eu havia imaginado enquanto lia Dostoievski. A atmosfera, era a mesma.
Havia a continuação dos personagens, fora do livro. Só que dessa vez, quem os destinava era eu.
Meu sonho vinha em forma de palavras, ao invés de imagens. Vez por outra era assim…Eu sonho palavras e não cenários, pessoas, animais ou situações, como fazem as pessoas normais.
Os meus sonhos, são como telas ou folhas de papéis em branco, onde magicamente surgem palavras ditadas por ela.
E ditava.
Acordei de repente, num sobressalto. E lembrava das palavras, ou pelo menos de algumas, ainda que de forma vaga.
O que me faz lembrar que, eu preciso começar a deixar um caderno de anotações na cabeceira da cama. E preciso ter paciência para anotar os meus sonhos- palavras assim que acordo. Sinto que há algo se perdendo.

Ai, as traças…

~ por M. em novembro 29, 2005.

Uma resposta to “Às traças”

  1. nossa! o sonho deve ter sido lindo. agora quem está sonhando sou eu! rs

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