Do not touch

Sempre escrevi muitas cartas, ainda que a grande maioria delas esteja em algum dos meus cadernos de relatos, ou rolando em envelopes endereçados dentro do meu quarto. As poucas que eu cheguei a entregar foram bem sucedidas, a grande maioria teve exatamente o impacto q eu esperava, talvez um pouco mais e se dependendo da força do que eu sinto pela pessoa, saem as mais belas palavras do mundo da vontade que eu tenho de fazer com que essa pessoa tenha uma noção mínima do que representa. Estou as voltas com uma carta desde o começo de novembro ou final de outubro, não sei bem, só sei que um dia deu-me uma vontade enorme de escrever pra essa pessoa, pessoa q foi, q é, não sei ao certo importante e eu queria escrever algo perfeito, mas nunca consigo achar a altura, tenho vontade de queimar todas as minhas tentativas, pois elas nunca me agradam. Não que essa pessoa seja um perito literário, alias, muito pelo contrario, mas tenho medo de acabar caindo na pieguice, numa infantilidade sem tamanho. Não que essa pessoa vá reparar nisso também, a verdade é que não sei o q acontece e parece que essa carta não vai sair nunca.

Sei que ultimamente eu posso estar parecendo romantica ao extremo, mas é a convivência, ou melhor, a falta dela, com essa certa pessoa da carta. Não é nem sequer uma paixão, são apenas momentos, são apenas palavras ou a falta delas, é apenas essa presença. Em alguns momentos d carência disfarçada eu olho pro lado, mas não é pra qualquer lado, é pra aquele lado, pra um lado certo, pro lado seguro, pro lado dele. Voltarei ao normal, em alguns dias, em alguma parte específica do mês, arrisco-me inclusive a dizer em uma ou duas semanas, eu sempre volto, mas o romantismo seguirá, 100% mais brando, mas como parte integrante do meu ser que é, recusa-se a me deixar.

Me disseram que eu nunca me acho boa o batante pra achar q alguém por ventura em consciência sã possa eventualmente sentir saudade de mim. Talvez seja mesmo verdade, não acho mesmo não…

~ por M. em dezembro 17, 2004.

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