Transbordante

Estranho andar pelas ruas de Botafogo no domingo quando domingos para mim, não tem cor, nem som. Não existe vida fora das quatro paredes que forma um retângulo que é o meu quarto. Então de repente sol e luz e uma vida toda que não parece e eu não sinto mais como a minha porque já não é mesmo.
Agora, tudo se resumem a espaços que assumem formas de quadrados. Menos eu. Acho que li em algum lugar, alguma vez que amar é redondo.
E eu nem sei como e porque mas basta, já. Então essa vida em dupla, ela me consume porque me dá mais do que eu achava que todo o resto me daria. Tudo no qual pûs minha maior dedicação nos últimos dois anos é tudo quanto tenho vontade de abandonar, de vez em quando, porque não me preenche mais.
E daí eu faço malabarismos, fico, durante a semana jogando tudo de uma mão a outra na esperança de pegar alguma coisa e de fazer alguma coisa certa para me ter e ter a ela e a minha vida no final. O sol brilha demais e não é como se estivessemos acostumadas ao escuro porque existem frestas onde entra algo mais que a luz. As vezes têm-se a sensação de que pouco a pouco tudo entra e tenho medo desse tudo.
Eu tenho medo de muita coisa, nisso tudo, eu sou inteira temores e insegurança e de uma criancisse tal que parece até que é primeira vez.
Eu estou cheia. A verdade é que estou até transbordante.

~ por M. em junho 10, 2008.

Uma resposta to “Transbordante”

  1. De alguma forma, é a primeira vez. A primeira vez com essa pessoa, nesse momento. Mas entendi o que você disse. E achei lindo. Para alguém que está de fora, é sempre tão bonito ler algo assim. Torna-se possível acreditar que existe transbordar, e dessa forma tão delicada.
    Aproveite, mesmo os temores. 🙂

    Beijos!

Deixe um comentário