Doar

Aos poucos vou me livrando de um passado quase indesejado. Eu demoro meses, anos até mas quando eu digo que acabou é porque pretendo só olhar para trás daqui a três anos ou mais. Talvez até com menos saudade do que seria de se esperar e com mais nostalgia dos ” e ses” do que o saudável. Faz parte da auto tortura que não consigo deixar de me infligir.
Ontem, dei mais um tanto de roupas. Deve ser a terceira vez que faço isto esse ano. Sempre relutei muito em dar mesmo quando não precisvasa, sempre fui muito dona. O que é meu, é meu e ninguém tira.
Se algo me era tirado à força, ataques de fúria insana e palavrões, violência de mundo.
Entretanto, tenho me dado o que não me quero mais. O que não uso, até mesmo o que acho que não sou sem que, no entanto, tenha chegado mais perto do que acho que sou.
Desta vez dei o que não condiziria mais com o número par que serei daqui a umas semanas. Me sinto senhora de alguma coisa, nem que seja só de uma idade em que, minhas roupas de dezoito anos podem ( e com certeza devem) parecer um pouco ridículas. Mesmo assim, ainda não sou mulher.
Já parei de segui caminho errado. Agora, parada, tento ajustar a bússola para norte.

~ por M. em novembro 13, 2007.

2 Respostas to “Doar”

  1. Acho que, talvez volte com os comentários.

  2. Essas doações são muito saudáveis! Abrem espaço para as atualizações… acho ótimo!

    Que dia exatamente será seu aniversário?

    O número par a que você se refere me parecem dois cisnes. (Não sei bem o que pode significar, mas me veio isso na cabeça).

    Um beijo pra você.

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